O Velho. Conto de Maurício Menossi Flores, Com Inteligência Artificial. Em Processo, Sem Revisão.


O Velho.

 

Vinha pela avenida em bairro onde passei toda a minha infância, adolescência e início da vida adulta, até me casar e ir para outro lugar. Contudo, divorciado agora, mantenho a minha casa herdada dos pais como lugar para fazer as minhas atividades artísticas e guardar minhas obras. Caminhava por essa avenida com passos firmes e decididos, embora sentisse vez ou outra as pernas pesadas e os pés querendo sair do solo por falta de atrito, devido efeito produzido por areia fina. Atrás de mim vinham jovens em algazarra. Eram estudantes com uniformes de azul marinho bastante escuro. Eu mesmo vestia roupa escura, pesada e estava com o capuz da jaqueta na cabeça. Um dos jovens parece ser acertado ou esbarrado algo em mim. Virei-me e uma jovem que estava entre rapazes pediu-me desculpas. Ela possuía traços de japonesa. Repentinamente, senhora gorda apareceu caminhando ao meu lado. Trajava um vestido claro e blusa cor de rosa aberta na frente. Tinha os cabelos brancos com grandes mechas. Dizia que ia para a rua Cristóvão Lins, que era a minha rua e para onde eu ia também. Depois de alguns metros, percebemos estar em lugar estranho. As placas diziam rua Maria Paula. Olhei para trás e vi um grande viaduto e trânsito intenso. Perguntei às pessoas que estavam por ali que lugar era aquele. Diziam que era a rua Cristóvão Lins. Mas eu dizia ser aquilo impossível. A senhora que caminhava comigo estava impaciente. Disse para ela voltarmos e assim o fizemos. Passamos por lugar enlameado, parecia ter chovido. Por entre construções, divisei partes de um cemitério. Percebi na senhora certo receio de mim, temendo ser enganada. Quando chegamos em determinado lugar, à porta de uma casa, a senhora começou a se declarar para mim. Dizia ter encontrado um companheiro e começou a se transfigurar, agarrando-me, prendendo-me junto a ela. Ela se transformou em um homem de meia idade, forte, barrigudo, vestindo roupa social e dizendo ser eu agora uma espécie de escravo, inclusive sexual. Eu já não era mais eu. Parecia ter me desdobrado e o escravo para quem o velho sorria e falava era um senhor jovem, de aspecto frágil. Revoltei-me com aquilo e falava para o rapaz não admitir a situação e comecei a socar o velho. O velho era muito resistente e eu socava cada vez mais. Ele foi ao chão e eu, com medo dele recobrar as forças e me dominar, apertava a cabeça do mostro na calçada, em espécie de rachadura, um afundamento do chão. Acordei estatelado no chão, assustado por cair da cama, mas feliz por ter vencido. Quero um conto bem desenvolvido inspirado no texto anterior. Não quero que repita palavras e quero um texto sem excesso de "que".

O ChatGPT disse:

Perfeito, Maurício.

A seguir está um conto inspirado em seu texto — mantendo o clima onírico, simbólico e inquietante — mas com linguagem literária aprimorada, ritmo controlado, riqueza imagética e evitando o excesso de “que”.

O Velho.

Vinha pela avenida antiga, território de lembranças onde deixara a infância, os amores adolescentes e o início da vida adulta. Após o divórcio, voltara a frequentar o bairro com frequência. A casa herdada dos pais servia agora de ateliê e abrigo para as obras acumuladas ao longo dos anos.

Os passos eram firmes, embora as pernas desobedecessem em certos instantes, pesadas, vacilantes, como se o chão se desfizesse sob uma camada invisível de areia. O atrito diminuía, e a sensação era de caminhar sobre sonho, não sobre calçada.

Atrás, um grupo de estudantes fazia algazarra. As vozes juvenis se misturavam ao som dos carros e ao farfalhar das árvores. As roupas deles — uniformes azul-marinho — combinavam com a minha jaqueta escura, o capuz puxado sobre a cabeça. Um deles esbarrou em mim. Virei-me de súbito. Uma jovem de traços orientais pediu desculpas, os olhos baixos, o rosto quase translúcido.

Continuei andando. Foi então que uma mulher surgiu ao meu lado, como se viesse de um tempo anterior. Era corpulenta, vestida com vestido claro e blusa rosa aberta na frente. Os cabelos brancos caíam em mechas largas, como se guardassem pedaços de nuvens. Disse ir para a rua Cristóvão Lins — o mesmo destino.

Seguimos juntos por algumas quadras. O caminho, contudo, começou a se distorcer. As placas, antes familiares, mostravam nomes desconhecidos. Numa esquina, li “Rua Maria Paula”. Um viaduto imenso erguia-se atrás de nós, e um fluxo de carros formava um rio metálico e assustador pela solidão transmitida.

— Isto não pode ser a Cristóvão Lins — murmurei.

As pessoas à volta confirmavam o contrário. A velha franziu o cenho, inquieta. Propôs voltarmos. Concordei. Retraçamos os passos. Agora o chão estava úmido, coberto de lama; devia ter chovido há pouco. Entre construções irregulares, avistei um muro gasto com cruzes despontando atrás: o cemitério.

A mulher, antes falante, parecia desconfiada. Seus olhos revelavam medo, como se eu fosse um guia duvidoso. Detivemo-nos diante de uma casa antiga, com a entrada rente à calçada. Foi quando ela começou a falar de um modo estranho, como se confessasse um segredo antigo: dizia ter encontrado enfim um companheiro. Sua voz tremia de prazer e terror.

De súbito, agarrou-me, puxando-me para dentro da sala da casa. O abraço tornou-se prisão. O rosto dela começou a se distorcer — os lábios engrossaram, o pescoço alargou, os cabelos minguaram até restarem fios ralos. No lugar da mulher havia agora um homem corpulento, de camisa social branca com detalhes em azul escuro, tranquilo, sorrindo levemente.

— Agora você é meu — disse ele, numa voz grossa e serena. — Meu escravo. Começou a me ditar uma rotina, inclusive sexual. Um filme com meus dias de prisioneiro passava em minha mente. 

Percebi, horrorizado, que um outro “eu” estava diante dele: um rapaz magro, frágil, submisso. Aquele ser era minha sombra materializada.

— Não aceite isso! — Gritei. — Reaja!

O velho riu. Senti o sangue ferver. Avancei e comecei a socá-lo com força. Ele resistia, imóvel, como se os golpes não o atingissem. A raiva cresceu. Continuei batendo até vê-lo tombar. Segurei sua cabeça e a pressionei contra uma rachadura do chão, um buraco escuro que parecia respirar.

O monstro gemeu e se dissolveu em silêncio.

De repente, tudo se rompeu. A luz mudou. A transição instantânea entre o diáfano e o concreto... Despertei estatelado no chão do quarto, o coração em disparada. Fiquei ali alguns segundos, respirando fundo, sentindo-me forte por não ter me arrebentado, embora o joelho direito doesse, devido à pancada no assoalho. Um alívio inesperado atravessava o susto.

Vencera, ao menos por uma noite, o velho senhor tirânico, meu passageiro sombrio.


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