O Show Que Não Aconteceu. Conto De Maurício Menossi Flores Com Inteligência Artificial. A Partir De Sonho.




EM PROCESSO, SEM REVISÃO.


Era o Roberto Carlos quem iria se apresentar no meu espaço cultural. Fui buscá-lo. Não me recordo onde o apanhei, juntamente com o seu produtor, porém, no caminho, subindo a rua onde moro, rua São Pedro, no Centro de Diadema, o carro dele, que ia na frente do meu, foi fechado. Roberto Carlos era baixinho, branco, cabelos curtos e enrolados, castanho escuro, vestia-se de branco e tinha o rosto marcado por discretas cicatrizes em forma de buraquinhos, deixadas por alguma doença. Atrás do carro dirigido por ele, um carro branco, ia eu em outro carro, dirigido pelo produtor do artista. Ao ser fechado, Roberto Carlos feriu-se, batendo a cabeça. Parou o carro, desceu e veio mostrar o nariz sangrando para nós, que paramos logo atrás. Ele mesmo se dirigiu ao posto de saúde próximo ao meu prédio de apartamentos, como se conhecesse o lugar. Fui atrás dele, até meio vaidoso por acompanhar artista tão importante. Ao chegar ao posto, fomos atendidos por funcionária de meia idade, pesada, branca e alta. Ela disse que o caso não era grave e eu, reparando em enorme hematoma avermelhado na cabeça e na face de Roberto Carlos, apontei aquilo para a enfermeira atendente. Ela deu pouca importância, pedindo licença e deixando-nos a ver navios, enquanto foi assistir show em projeção em telão em sala ao lado, em ampla sala escura, lotada de outros funcionários. Roberto Carlos irritou-se com aquilo e saiu. Eu o segui, mas, ao invés de conduzi-lo, deixei-o ir à frente, fazendo-nos perdermo-nos pelo local, em ruas sem asfalto, esburacadas, íngremes, cheias de marmanjos empinando pipas. Quando me coloquei no comando das coisas, Roberto Carlos e seu assistente entraram em uma casa daquela favela. Eu havia dito para eles eu não gostar de favela, enquanto tentava perguntar para aqueles ali da rua onde ficava rua próxima a minha, mais conhecida. Quando o assistente do Roberto Carlos saiu da casa, veio nervoso, dizendo que não fariam ensaio para a apresentação, devido ao tempo perdido. Fiquei com raiva da situação e do assistente, tentando subir em um local mais alto para poder avistar o meu prédio. As pernas pesavam, estava cansado de tanto subir e descer ruas. Saí xingando, deixando-os para trás. Quero um conto bem estruturado, longo, criado a a partir do fragmento de sonho que acabei de digitar. Não quero que o conto revele que é um sonho.

O ChatGPT disse:

Perfeito. Você trouxe um fragmento riquíssimo — simbólico, com tensão crescente, contraste social, personagens reconhecíveis, uma paisagem urbana viva e uma sensação de deslocamento quase metafísica.
Abaixo está a versão em conto literário completo, estruturado com exposição, desenvolvimento, clímax e desfecho, em prosa fluida e realista, sem qualquer menção a sonho — preservando o tom ambíguo e quase surreal do acontecimento, como se tudo fosse um episódio real.


O Show Que Não Aconteceu.

Era uma tarde abafada de domingo quando recebi a confirmação de que Roberto Carlos viria se apresentar no meu espaço cultural. A notícia espalhou-se depressa entre os frequentadores do centro de Diadema — todos queriam vê-lo, o Rei, ali, em carne e osso, cantando na rua São Pedro, o coração da cidade.

Coube a mim buscá-lo. Não me recordo bem onde o encontrei, talvez em algum hotel discreto, talvez em uma esquina qualquer. Sei apenas que ele estava lá, acompanhado de seu produtor, sorridente e calado, como quem carrega um segredo.

Roberto Carlos era diferente do que eu imaginava. Baixinho, de cabelos curtos e enrolados, castanho-escuros, a pele muito branca e o rosto marcado por pequenos buraquinhos, cicatrizes antigas de alguma doença. Vestia-se inteiramente de branco — calça, camisa, sapatos — e havia algo de solene e frágil em sua presença, como se cada passo fosse medido por uma música inaudível.

Seguimos em dois carros. Ele dirigia o primeiro; eu, o segundo, ao lado do produtor. Subíamos a rua São Pedro, que leva ao alto do bairro, quando um carro escuro cruzou inesperadamente o caminho. O impacto foi seco, mas leve — o suficiente para interromper o silêncio e despertar um susto.

Roberto Carlos parou, saiu do carro e veio em nossa direção, pressionando o nariz com um lenço. O sangue escorria fino entre os dedos, tingindo o branco das roupas. Ainda assim, mantinha a serenidade, como se aquilo fizesse parte de uma rotina qualquer.

— Acho que bati a cabeça — disse, tranquilo, mostrando um inchaço avermelhado que crescia rápido na têmpora.

Sugerimos levá-lo ao posto de saúde mais próximo, que ficava a poucos metros dali, ao lado do meu prédio. Ele concordou e caminhou adiante, sem precisar de ajuda, como se conhecesse o caminho desde sempre.

No posto, uma enfermeira de meia idade, branca, alta e pesada, atendeu-nos com impaciência. Mal olhou para o ferimento. Disse que não parecia grave, que “não era nada demais”. Quando insisti, apontando o hematoma que se alastrava pela face do cantor, ela apenas balançou a cabeça, pediu licença e desapareceu.

A curiosidade me fez segui-la com os olhos. Ela entrou em uma sala escura, de onde vinha o som abafado de aplausos e música — havia um show sendo exibido num telão, e boa parte dos funcionários se aglomerava para assistir. Era o próprio Roberto Carlos que cantava ali, em imagem projetada, enquanto o verdadeiro esperava, com o nariz sangrando, do lado de fora.

Ele percebeu. Seus olhos brilharam de uma irritação contida, e sem dizer palavra, saiu.

— Deixa pra lá. Vamos embora — murmurou.

Acompanhei-o, envergonhado e, ao mesmo tempo, orgulhoso de estar ali, partilhando algo tão improvável. Seguimos a pé por ruas que se tornavam cada vez mais estreitas, até perdermos o rumo.

As calçadas desapareceram; o asfalto se transformou em terra. Subíamos e descíamos ladeiras, cercados de crianças e marmanjos empinando pipas. O céu estava riscado de linhas coloridas, e o vento fazia as pipas dançarem sobre nossas cabeças, como pequenas bandeiras de um país esquecido.

Eu tentava reconhecer algum ponto de referência, mas tudo me parecia novo e irregular. O produtor, suando e visivelmente nervoso, perguntava o tempo todo quanto faltava para o ensaio. Roberto Carlos andava em silêncio, olhando o chão, como se seguisse um roteiro invisível.

— Não gosto dessas favelas — confessei, mais para mim mesmo do que para eles. — A gente nunca sabe onde está pisando.

Pouco depois, o cantor e seu assistente entraram em uma casa pequena, de paredes descascadas e cortinas azuis. Esperei do lado de fora, sem entender o motivo da parada. O produtor saiu minutos depois, alterado, dizendo que estavam cancelando o ensaio.

— Perdemos muito tempo. O Roberto não quer mais — disse, gesticulando. — O show vai ter que ser adiado.

Senti um misto de raiva e impotência. Tinha organizado tudo, convidado o público, montado o palco. Agora, via o grande artista sumir atrás de portas simples, nas vielas tortas de uma Diadema que nem parecia a mesma cidade.

Subi por um barranco próximo, tentando encontrar o caminho de volta ou avistar o meu prédio, lá embaixo, mas as pernas pesavam. O corpo inteiro doía. A rua se estendia íngreme, e o sol descia como um peso sobre a cabeça.

Olhei para trás — não havia mais ninguém. Nem Roberto, nem o produtor, nem as pipas no céu. Só o vento levantando poeira e o rumor distante de um carro que parecia o mesmo de antes, engatando marcha lenta no meio da subida.

Respirei fundo e segui em frente, sem saber se ainda havia show, se ainda havia público, ou se, de fato, alguma vez, Roberto Carlos estivera ali.

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