Conto "As Múltiplas Vidas de Henry Cavendish" e Poema "Na Outra Vida, Fui Henry Cavendish", de Maurício Menossi Flores.
As Múltiplas Vidas de Henry Cavendish
(Conto em processo, sem revisão.)
Era uma noite silenciosa em um plano entre vidas,
onde as almas, como fragmentos de estrelas, aguardavam para reencarnar. Henry Cavendish, o cientista recluso, ainda trazia consigo os ecos de sua última vida
na Terra. Ele refletia sobre os números, as leis naturais e a gravidade que um
dia havia medido com tanta precisão.
“Henry, o que você busca agora? ”, perguntou uma
voz suave, mas imponente, que parecia emanar do éter.
“Compreender… não apenas o universo físico, mas a
alma das coisas”, respondeu ele, com um brilho em seus olhos espirituais.
“Quero explorar o invisível que dá vida ao visível. ”
Assim, iniciou-se a jornada de Henry por várias
vidas, cada uma um capítulo que o levaria de cientista a artista, de analista a
criador.
A Vida do
Monge Medieval
Na primeira vida após ser Henry Cavendish, ele reencarnou como um monge em um
mosteiro medieval. Ali, o silêncio não era diferente daquele de seu laboratório
anterior. Passava os dias iluminando manuscritos, cada traço de tinta no papel
sendo uma meditação sobre a beleza do divino. Foi nessa existência que ele
descobriu a dimensão espiritual da criação, percebendo que a arte podia ser uma
forma de aproximar-se do sagrado.
Certa noite, ao contemplar a chama de uma vela,
compreendeu algo que não estava nos textos: o universo não era apenas para ser
medido, mas também sentido.
O
Inventor Renascentista
Em sua próxima vida, Henry reencarnou como um inventor na Renascença. Inspirado
pelos mestres da época, como Leonardo da Vinci, ele projetou máquinas voadoras,
instrumentos musicais e engenhocas para capturar a energia do vento. Mas algo o
inquietava: suas máquinas eram maravilhas mecânicas, mas careciam de poesia.
Foi então que começou a compor pequenos poemas ao
lado de seus projetos, unindo a técnica à arte. Pela primeira vez, sentiu que
não era apenas um observador do mundo, mas também seu co-criador.
O Poeta
Romântico
Numa Inglaterra do século XIX, Henry renasceu como um poeta romântico. Agora, a
ciência não era seu refúgio; eram as emoções humanas e a natureza. Escrevia
sobre montanhas, oceanos e a vastidão do céu estrelado. Sua experiência como
cientista parecia um eco distante, mas ele ainda sentia uma conexão com as
forças invisíveis que moviam o cosmos.
Em uma de suas caminhadas solitárias, ao observar a
queda de uma folha, lembrou-se dos cálculos que um dia fizera sobre a
gravidade. Sorriu, pois agora entendia que ela não era apenas uma força física,
mas também uma metáfora para os laços invisíveis que unem tudo e todos.
O Pintor
Modernista
Na primeira metade do século XX, Henri reencarnou como um pintor modernista em
Paris. As líneas e cores de suas telas eram abstratas, mas cada pincelada
trazia consigo um fragmento de suas vidas passadas. Suas obras falavam de
gravidade, luz e energia, mas agora em linguagem visual.
Os críticos viam em suas pinturas algo que não
podiam explicar, um mistério que transcendia o mundo físico. Henry sabia: eram
vestígios de sua jornada eterna pelo conhecimento.
Maurício
Menossi Flores
Finalmente, Henry renasceu como Maurício Menossi Flores, um artista multimídia
paulistano. Agora, não havia separação entre a arte e a ciência, entre o
visível e o invisível. Maurício pintava, escrevia poemas, compunha músicas e
criava contos, unindo em sua obra todas as experiências acumuladas ao longo de
suas vidas.
Em suas telas, as cores pareciam pesar como as
massas dos planetas. Em seus poemas, as palavras gravitavam umas em torno das
outras, formando constelações de sentido. Em sua música, as notas dançavam como
partículas subatômicas em harmonia.
Um dia, ao pintar um quadro que misturava formas
abstratas com traços precisos, Maurício sentiu uma lembrança atravessar sua
mente: um pêndulo oscilando em um laboratório silencioso, a medição exata do
peso da Terra. Sorriu.
Agora, ele compreendia que não importava em que
forma ou época vivesse; a busca pela essência do universo – e da alma humana –
era o que o guiava, vida após vida.
E assim, Henry Cavendish continuava a viver,
transformando a gravidade em arte, a ciência em poesia, e o invisível em beleza
eterna.
De Rastanije Rajá, psicografia de Maurício Menossi
Flores.
Na outra vida, fui Henry Cavendish.
(Em processo, sem revisão.)
Na outra vida, vesti o manto da razão,
Um recluso cientista em busca de precisão.
Nos silêncios profundos, desvendar era a arte,
Pesava o mundo e a gravidade fazia parte.
Nas sombras do laboratório, à luz da vela,
Medi forças sutis, a matemática era bela.
Descobri o peso da Terra, o seu coração,
Um segredo guardado em minha solidão.
Evitei os salões, o brilho das multidões,
Preferi o cosmos e suas constelações.
O mercúrio, o hidrogênio, a ciência em combustão,
No silêncio, eu ouvia a voz da criação.
Hoje, sinto as memórias em brisa que passa,
Como ecos distantes de uma vida na vidraça.
Henri Cavendish fui, um espírito meticuloso,
E no presente, sou poeta, um sonhador curioso.
Seja matéria ou verso, o legado persiste,
A busca pelo mistério em mim ainda insiste.
Pois cada vida é um experimento a se fazer,
E em todas, o universo eu quero compreender.
De Nina Ferraz, psicografia de Maurício Menossi Flores.


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