"Dexter", Conto de "Capitão", Psicografado Por Maurício Menossi Flores. Em Processo, Sem Revisão.

 


Dexter

(em processo, sem revisão)

 

Um cara hipersentimental, a ponto de precisar criar personagem para sobreviver, sendo tão diferente. Dexter sofria muito desde criança, com barulho, sujeira e gente perversa. Seu pai, homem sábio e vivido, percebendo a fraqueza do rapaz, passou a treiná-lo, não tentando mudar-lhe a natureza, mas fazendo dele excelente ator, elaborando melhor seus sentimentos.

Naquela época, no início do aprendizado mais intenso, consciente, com Dexter participando ativamente, grupo de moradores de rua instalou-se na esquina da deles, causando medo de transtornos maiores, além de furtos, sujeira e brigas entre eles mesmos. O fato é trazerem a sensação de abandono para o lugar, caracterizando “terra de ninguém”.

Dexter percebia tudo aquilo e sofria com a ansiedade advinda. O pai, através de jogos teatrais, foi desenvolvendo no filho a capacidade de controlar as ondas de choro, freando a comoção sentida na humanidade, deixando-a fluir, quando, assim, apenas desajustes localizados aconteciam de fato, tornando a existência mais suportável. Era igual onda a propagar-se, colapsando forçosamente, no encontro de barreira.  

Dexter assimilava as lições com avidez. Sabia ser questão de vida e de morte. Cresceu bonito e elegante. Esbelto, pele macia, olhos vibrantes. Fala encantadora e sincera. Um doce rapaz assertivo. Regalo de ser humano.

Aos vinte e um anos de idade, já formado, lecionava Matemática, em escola municipal. Era um dos poucos dessa disciplina bem quisto pelos alunos. Admiravelmente, era capaz de passar a matéria por ela em si e pela universalidade de seu conteúdo.

Dexter teve muitos dissabores na vida, apesar da pouca idade. E foi o trágico evento, o assassinato do próprio pai, que pôs a prova sua verdadeira natureza...

A depressão tirou-lhe a motivação de continuar sua jornada. Queria por ponto final na sua manifestação em carne e osso. Depois de meses de licença médica, um pouco mais equilibrado, resolveu ir atrás do assassino do pai, o qual estava solto, por desleixo na investigação policial.

No começo da investigação por conta própria, apareceu fita de vídeo desconhecida anteriormente. Nela notou características marcantes do meliante: mancava da perca esquerda e tinha o cacoete de sacudir a ombro com certa frequência.

Passou a observar ao redor, o entorno de sua residência, logo manjando rapaz morador da favela próxima. Passou a segui-lo e descobriu ser pertencente a gangue de ladrões.

Que fazer dali por diante?

Passando-se por drogado, fez amizade com os marginais, ganhando a confiança de Altair e da sua corja. Altair era o nome do assassino.

Aos poucos, foi introduzindo, no meio dos vagabundos, conversas novas. Papos mais inteligentes e espiritualizados.  Em menos de três meses, fez o matador do pai acompanhá-lo ao Centro Espírita. Altair gostou da palestra da noite: Jesus convencera Lúcifer a converter-se, deixando de servir ao Deus Vingativo!  

Tornaram-se assíduos do lugar, e Dexter persuadiu Altair a ser um mensageiro da Boa Nova. Entusiasmado com o incentivo, devorou livros e livros. Sua primeira preleção tratou de Gandhi ajudando Hitler a se elevar moralmente. Além das palestras gratuitas, Altair praticava inúmeras outras Caridades.

Dexter sentia-se reconfortado, não mais sofrendo tanto com a aflição da morte do pai.

 

(Capitão, psicografia de Maurício Menossi Flores)

 


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