"Para Quem É o Vudu?" Conto de Nina Ferraz, Psicografado Por Maurício Menossi Flores.


 

Para Quem É o Vudu?

(Conto em processo, sem revisão.)

 

Tenho vergonha de ser barrigudo e ficar pensando tolices.

 

Encontro-me diante de escultura de São Capitão Maurício e Companheiros. Eu mesmo fiz, sou seu devoto.

Todos os maurícios choram. Poderia descrevê-la. Nos tempos de Instagram e da Inteligência Artificial   Quântica, parece algo muito instigante a se fazer.

Feito com papel amassado e fita crepe. Duas semanas, ininterruptamente. Pintado com guache, a figura é equestre, puxada por personificação da Morte, seus Companheiros.

Nem simpático, nem arrogante. Justo, na limitada compreensão humana.

Detalhes significativos, como a lança, a espada, os estribos, a cela, os arreios. Medindo, aproximadamente, 30 x 30 x 30 cm. Transformar-se-á em 6666 soldados?

 

A descrição suficiente e necessária fora pausada por conversa tensa sobre vazamentos, sonhos e pessoas indesejadas. Sinto remorso, não sou psicopata. Não posso reelaborar sentimentos alheios. Penso ir à prefeitura parcelar a minha dívida. Alguém me alertou sobre ir para leilão. Disseram-me mandar o exército, em caso de resistência. Qual o rumo a tomar, em todo caso?

O Espiritismo busca contato com espíritos superiores, a fim de auto aperfeiçoarem-se, aperfeiçoando a humanidade. Veremos como se chega à razão. Conjecturas são necessárias. Posso elencar algumas para continuar, uma delas é outra forma de vida encontrar. A Consciência é a Vida? Sei lá...

 

Pelo nível do Judô de cada país, podemos avaliar o valor dos seus guerreiros. Eu Sonho. Matéria, Espírito. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! Para sempre seja louvado.

Venho combater o orgulho em não reconhecer o bem alheio. Não quero ofender a ninguém, com a minha falta de eficiência. Aqueles trejeitos ciganos do sobrinho neto denunciam incapacidade de sobreviver em mundo tão perverso, onde uns matam os outros. Exemplos não servem para nada. Outra maneira buscada e nunca encontrada. Não dê opiniões imponderadas.

 

A primeira exigência para entrar ali era tirar os sapatos e colocar chinelos. As visitas eram em grupos de quatro ou cinco. Nunca mais que seis, inclusive o guia.

Estou incomunicável, porque mexi no pagamento da Operadora. Quem estiver lendo pode pensar ser coisa do passado. Estou em 2023, da Era Cristã. Nem mesmo sei se ainda existirá gente capaz de ler garranchos, manuscritos com letra escatológica. Tempo de Musk dizer colonizar Marte. Pouco ainda se sabe (falarei no presente) sobre o planeta vermelho. Temos os primeiros experimentos, muito rudimentares, de teletransporte. A Natureza da matéria resume-se em férmions, em glúons, em hipotético gráviton. Carros voadores começam a ser liberados, depois de nos acostumarem com drones teleguiados.   

Pensamentos inoportunos são típicos dos bipolares que, raramente, não acabam mortos, ou por bandidos, ou pela polícia, ou por gente vingativa. Matar todos somos capazes.

Umas falas estranhas sobre pessoas transformadas em escravos.

Símbolos de status, ter casa limpa por um ou um de seus descendentes, era crença transformar ferro em ouro, tornar os objetos brinco. Minha trilha sonora quem escolhe sou eu. Dou-me esse requinte, mano...

 

Nem simpático, nem arrogante. Visto o meu personagem, exerço o meu ofício de escritor. Professor doutor livre docente nenhum negaria essa prerrogativa dos dispostos a se isolarem, por horas e horas, caneta e papel, tentando fazerem-se claros e legíveis.

Discos de vinil, livros, lixo dito material de arte. Sujeira, encardume. Intelectual enlouquecido. Mendigo pensando ser rico, confundindo buraco com oportunidade. Já causei transtornos. Discurso indireto livre explicar é o meu objetivo. Colocar bem as vírgulas. Não encontro melhores metáforas fora da fantasia.

 

Arrumo essa bagunça, enquanto escrevo e reflito.

 

Ainda não sei como proceder diante dos recentes acontecimentos. Acaba morrendo gente e nem fico sabendo.

Pensei em dizer, lá atrás, mas esqueci. Direi agora da descoberta do “nem”.

O prazer de escrever revelou-me algumas palavras repetitivas. Já, agora, como, nem. E outras tantas. É possível que todas, menos o indefectível “que”.

Desse nos advertiam os antigos dos múltiplos usos. Dez, ao menos.

Se você gosta de gramática e de correlatos, saberá melhor que eu.

 

Outro dia, ouvi comentário sobre sítio, uma página do Facebook.

O Instagram é nosso, disse-me pretenso artista plástico ou, como queiram, visual.  

Tô nem aí com isso.

Muita ilusão. Não vale a pena, não. Só para os professores de carreira. Ser professor é padecer em um paraíso.

No futuro, não notarão a corruptela. Uso palavras e, depois, tento justificar o seus sentidos. Sou pouco disponível atualmente. Trabalho mais e coço menos o saco, deixando de gastar dinheiro com álcool e com drogas.

Improvisei porta divisória. Sobrepus espaços sobre espaços. Tempos sobre tempos congelados na intenção. “Centro de Estudos Anarquistas”, camuflado de “Espaço Cultural Locadora e Sebo O Paraíso Perdido”. No panfleto, saiu sem o artigo “O”.

Depois, “Espaço Cultural O Paraíso Perdido”, camuflando “A Igreja do Diabo”. Enfim, “Galeria Maurício Menossi Flores” e “ Centro Espírita São Capitão Maurício e Companheiros”.

Assim tem sido, depois de me meter a artista amador. Talvez, o mais profissional dos amadores.

 

Para quem é o Vudu, pergunto no título deste não sei o quê.

Pode ser uma redação, a primeira, pedida pela professora, nos primeiros anos da escola.

Lembro-me de “Confesso Que Vivi”, do Neruda e tenho curiosidade acima da saudade. Preguiça deixa o texto desleixado, na Semântica e na Sintaxe.

Poxa, desculpa se não gosta de Metalinguagem por ficar boiando, viajando na maionese. Estou por fora das novas gírias. Uso as mesmas há anos, pensando elas fazerem parte da minha personalidade.

Apaixonei-me pelo pintor que vi na reforma da barbearia?

A Casa de Bernarda Alba é perigoso montar.

História real, cuja finalidade era ser acobertada.

Ossos sem identificação, vindos de vala comum.

Quem teria reconhecido o cadáver putrefato? Teria sobrevivido feito Hitler?

Federico, quer baixar neste Centro Espírita?

 

Os perseguidos, na minha imaginação, vêm aqui, orar para a imagem de Maurício.

 

“Seus dias se findam aqui, parecem terem nos dito. ”

Eis o captado, do senhor, da senhora e do cachorrinho. O gás não tinha cheiro. Quem seria tão tolo para isso? Parece impossível e verdadeiro. Um sentimento neutro. Mosquito rodeando e caindo morto não seria aviso perceptível? Seria, se estivessem preparados.

 

Vou comprar velas.

 

Máquina de escrever portátil coma tampa portando marcas grosseiras de sujeira. Parece até graxa. De quem seria, que teria acontecido?

 

Agora, sim. Queimando uma ponta, terei pontas par atar.  

Cadarço tirado da botina, substituídos pelos do tênis jogado no lixo, no apartamento. Esqueci de descer o lixo. O daqui, do Centro Espírita, terei de pedir para a minha irmã pôr na rua. Mentira, deixarei, quando sair, para ser apanhado amanhã, logo cedo.

 

Era para ser o meu “O Feijão e o Sonho”, mas mal vi a novela adaptada para a TV.

 

Quero que seja!

 

Nem arrogante, nem simpático. Justo dentro das possibilidades humanas. Vício capturado no rito.

 

Quero citar Roque Jacintho: “Limão”. Em “Desenvolvimento Mediúnico”, editora Luz no Lar, página 40, 2023, 14ª edição, São Paulo.

 

Viro-me e, sobre a geladeira, escultura montada, aquarela. Ao lado tambor de pressão daquela cerveja dos porcos deixando garrafinhas verdes por todo lado da cidade. Sempre pronto para servir. Ser expulso do lugar onde passou a morar, depois de arrumar editor para o seu romance e comprar linda casa, a fim de criar os filhos, juntamente com a esposa amada.  Não contava com a especulação imobiliária. Com a Modernidade Líquida, fazendo aplique de Milton Santos, o geógrafo a mexer na ferida.

 

Para quem é o Vudu, pergunto-me.

Nunca saberei responder? Quantos me creem feiticeiro, como poder de matar qualquer oponente ou inimigo. Ou, ou. Isso, em algumas partes do mundo, é punido com a morte, depois de muita tortura. Existem canibalismo e certos especialistas estão equivocados em elação à bondade humanas.    

 

Olham-me estranhamente. Quero ser magro e ágil, igual o brasileiro perseguido pela polícia americana. Nada mais posso fazer de melhor para mim. Meu pai matava doenças. Benzia, recebia espíritos. Poucos deram valor. Mas ele nunca reclamou ou comentou os casos tratados. Pequenas mostras de responsabilidade, vez ou outra, revelavam tímida vaidade. Orgulho modesto pelo dever cumprido. Não falarei mal de ninguém. Muito menos dos folgados.

 

Perturbação do Sossego pode gerar mal-entendidos maiores.

Quem quiser falar com Pai Velho venha logo. Estrou precisando me benzer...

 

(Nina Ferraz, psicografia de Maurício Menossi Flores)          

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