Currículo de Um Artista Amador. Conto de Maurício Menossi Flores.

 

Com o diagnóstico passei a me entender melhor. Realmente aposentei-me, por invalidez, com 80% do meu salário, que já era uma porcaria. Contudo, parecia a melhor saída, pois uma pessoa com 40 anos de idade, para mim, na época, não valia mais nada. As dificuldades com relacionamentos, devido ao humor muito irritadiço e desafiador, principalmente com chefes e com autoridades, até hoje com 59 anos de idade, colocam-me no fio da navalha, em situações de risco. É comum para mim passar dias e dias na cama e, em dado momento, ficar muito energético e querer fazer muitas coisas. Fico tão agitado chegando a paralisar-me, sem conseguir fazer nada. Imagino-me a reencarnação do Capitão Maurício e Companheiros e "recebo" "entidades", não conhecidas historicamente. É comum, para mim, idealizar suicídios. Alguns tios meus foram internados em hospitais psiquiátricos e nunca se recuperaram, só pioraram. Pago dívidas praticamente eternas, gastando muito em livros, por exemplo, os quais quero ler todos ao mesmo tempo. Pensamentos inoportunos são mato. Veem-me ideias atrás de ideias e angustio-me por esquecer, no mesmo momento, o que pensei. Com medicação, senti-a mal. Suspendi os remédios e, hoje, só pratico yoga e faço arte como alívios. Não acredito que eu seja bipolar. Creio ser, somente, um espírito imperfeito neutro.

Em processo, sem revisão.

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