Zine (Revista Artesanal) "A Terra Na Gaiola": O Presidente Robô, Severino: Cientista e Cura EVP. Contos Psicografados Por Maurício Menossi Flores. Em Processo.

 


O Presidente ROBÔ
(conto em processo, sem revisão)

No ano 2064, da Nova Era, cujo "Programa Transumano" era o código de conduta geral e, ao mesmo tempo, "Projeto Único de Governo", o qual partia do pressuposto sermos nós seres hiperconscientes, sabedores do nosso princípio eterno. E, dessa maneira, co-criadores em plano maior, responsáveis pelo controle da Matéria Escura, através da modulação direta do Campo de Higgs.

Após a Terceira Guerra Mundial, o planeta tivera o hemisfério norte inabitável por décadas. Depois da "Limpeza", o repovoamento foi rápido, porém, agora, organizado, planejado, na sua totalidade, pelo Governo Mundial, dividido entre duas empresas: a Tesga e a Nanosoft.

A primeira defendia a centralização do poder e a segunda o contrário. Contudo, com a tecnologia quântica e gravitacional, fora aprimorada a Democracia, sendo possível sobrepor as projeções das duas e chegar-se, sempre, ao contentamento geral. As eleições serviam mais para ajustes finos nos robôs candidatos, portadores de inteligência artificial divina.

Os ajustes eram feitos por sugestões de grupos autônomos de pesquisadores, dentro das próprias empresas. Nessa época, havia, inclusive, tratados de cooperação com espíritos desencarnados. Eram civilizações formadas por viventes da Terra em outra frequência vibratória, às quais estavam em comunicação direta conosco.



Na data do fim da Terceira Guerra Mundial, as eleições ocorriam, para lembrar o flagelo responsável pela morte de milhões de pessoas, apagando parte da história da humanidade, com a destruição de monumentos e de obras de Arte. O materialismo dialético e histórico, por exemplo, quase desapareceu como conhecimento.

Tudo caminhava relativamente bem, dentro da Tesga, até certa professora, cuja mentalidade era destrutiva (jogava sempre contra), oriunda de família semi-desestruturada, propaladora do pessimismo sistemático, contaminar (não se sabe se de propósito ou por acidente) o programa do robô candidato da empresa.

Os técnicos, responsáveis pelos testes finais no robô, não perceberam, no candidato, a incapacidade de usufruir das pequenas conquistas da vida, querendo somente o buraco da rosquinha, dificultando as coisas, ao invés de simplificar.

Nosso planeta fora protegido por por gaiola blindada. Estávamos a salvo de ataques de seres alienígenas e contra choque de meteorito. Assim, todos os esforços voltaram-se para o bem estar do planeta e dos seus habitantes. Que não eram muitos, depois da Terceira Guerra...




Com o planeta desarmado, os crimes de morte deixaram de existir. Se bem terem descoberto o espírito e o controlado, sendo possível reencarnações artificiais. Mesmo assim era doloroso abandonar um projeto, com a existência interrompida violentamente.

Crimes de descarte irregular de detritos e de perturbação do sossego e do trabalho não foram mais praticados. Isso elevou exponencialmente o nível de consciência nas relações humanas, refletindo em um grande sorriso do primeiro "Presidente Robô Planetário", que só não era um ser humano perfeito, guardando alguns trejeitos de máquina, porque passava maior credibilidade e a hipnose do povo tornava-se mais possível. Tal atributo, conferia ao Robô Presidente" o status adicional de "Sumo Sacerdote do Grande Templo Reerguido e Unificado".

Enfim, a eleição. Depois da análise de cada projeto, a população do planeta e de outros planos decidiram pelo robô da Tesga, por parecer ter propósitos mais claros em qual seria a prioridade na próxima modulação coletiva da Constante Cósmica. Outro fator de peso na escolha foi a estética mais conveniente do robô vencedor.

Corria a vida em paz, na cidade QuesQues, localização do Palácio Global (em forma de globo terrestre), sede do governo mundial, quando algumas pessoas caminhando pela calçada levantaram suas cabeças, como se vissem algo estranho, fazendo centenas de outras acompanharem o gesto, por condicionamento. Era nuvem escura, pairando sobre a construção imponente.

Cientistas, trabalhando no Laboratório Central da Tesga, recorreram ao próprio presidente, procurando explicação. A resposta do robô foi lacônica, dando pouca importância ao aparecimento e ao avistamento.

Desconfiados, ao assistirem ao vídeo da entrevista com o presidente, perceberam, nos olhos do robô, movimento típico de quem mentia!

Que fazer? Enquanto debatiam, na sala de reuniões da empresa, receberam mensagem telepática com a ordem de saírem dali imediatamente e não mais falarem no assunto da nuvem. Obedeceram...

Enquanto isso, aquela professora, tomando pé da enrascada, some sem deixar rastros. Fora questionada por um colega de trabalho se aquela nuvem não era energia mal canalizada, sendo o robô retroalimentado por seus próprios pensamentos, através de espírito sintético.

- Impossível! Disse ela. Embora tivesse certeza do contrário.

Foi trágica a conclusão. O Robô Presidente Planetário, depois de grave depressão, suicidou-se! A crise institucional foi tremenda! Não haviam previsto nada parecido, pois o robô candidato sempre era o ser mais perfeito de todos! Tinha a sensibilidade de grande artista e as atitudes de santo!


Chegando o povo, através das redes sociais, ao consenso total, o robô da Nanosoft assumiu o cargo, renunciando ao privilégio de poder viver como humano pelo tempo desejado. Foi um dos presidentes robôs mais abnegados...

(Saladino, psicografia de Maurício Menossi Flores)


Severino: Cientista.

(em processo, sem revisão)
A Terra é a semente. O Universo é o Jardim do Éden. Se, como na TV, ouvisse, igual documentário, Beethoven...
Também diria ser obra do acaso?
Aliás, ouve-se muito mais, de fato!
Pensou em começar por si, pensando o cérebro. Esclarecer essa confusão criada por quem? Ou pelo o quê...
Sim, pensa pensar. Poderia ser diferente disso?
Um romance ou contos? Poderia ser novela e crônica.
Poema em prosa.
Um boneco articulado, feito de madeira, parafusos, molas e arame.
Superfície bem polida. Designer inteligente.
Teoria antiga. Agora, parece, estaria com quadro de defensores renovado.
Para mim, Kardec vai pelas duas teses: Evolucionismo e Criacionismo.
As imagens do James Webb trazem problemas para o Big-Bang.
Encontrarem tecido datável com carbono 14, em dinossauros, parece algo estranho.
Os espíritos estarem se manifestando em centros espíritas e em outas denominações de ajuntamentos é para se pensar.
Mas não conseguia ir além do Idealismo e do Materialismo. Embora, para ele, ficava cada vez mais patente sermos pura energia em trânsito. Como aviões barulhentos sobre nossas casas. Um transtorno!
Dizer, em meio a esse caos, ter surgido a Vida, hoje, não é anormal.
O Campo de HIggs pode ter gerado tudo e possuir intenção, mesmo não querendo ou estando impossibilitado de prever todas as consequências possíveis, apesar de, inclusive, ter criado a Matemática, em conjunto com o Universo.
Poincaré fez abordagem diferente de Einstein, abolindo o Éter.
E o Éter ressurge, não pelos místicos, mas pelos cientistas.
A Partícula Deus, assim chamada ironicamente, é nova entidade candidata a ser uma super consciência.
Dentro dos nossos cérebros, há eletricidade.
Associar o espírito ao elétron ou ao átomo foi feito. Então, fazê-lo em relação às partículas mais elementares seria natural.
Para quê?
Severino, o engenheiro eletrônico, tinha espírito de inventor, de cientista.
Queria construir aparelho invisível, capaz de manter-se consciente de si indefinidamente. Queria o aparelho servindo como possível receptor de nós mesmos.
Seria como, dentro do espelho, conscientemente, contemplar o corpo morto lá fora, esquecendo-se, depois, dele. Esse corpo abandonado seria degradado, com suas partículas elementares "apagadas".
Aproximando-se do Campo de HIggs esse aparelho, agora com uma consciência guardada, acoplar-se-ia, desintegrando-se ao transferir a consciência armazenada para a Partícula Deus.
No Campo de HIggs, ganharíamos vestimentas energéticas apropriadas, a fim de atuarmos na manutenção do próprio Universo.
Mas de onde viria toda essa energia em trânsito?



Do próprio trânsito!
Como assim? O movimento é anterior à Consciência?
Severino pensou em usar a energia de capacitor comum para começar os experimentos.
Usou amperímetro para medir a capacitância do componente escolhido.
Soldou os terminais a LED e captou o brilho com espelho pequeno.
Quando viu a própria imagem refletida no espelho, colocado em ângulo apropriado, permitindo refletir o brilho do LED, em concomitância, acordou.
Dando-se conta do sonho, anotou-o imediatamente.


Preparou uma dose de café solúvel, tentando entender o significado do sonho ainda vivo na mente.
Em duas horas, teria aula de yoga pela internet.
Existe uma única Verdade sobre nós mesmos. E é aquela eterna mutante.
(Saladino, psicografado por Maurício Menossi Flores)



Cura EVP

(conto em processo, sem revisão)

Afixou, com fita crepe, na parede, os impressos em sulfite A4.
Olhava da esquerda, acima, para a direita, abaixo.
Novo zine para a Galeria.
Os clientes surgiram naturalmente. Bastou revelar-se humano.
Fazia feitiçaria artística, mas, agora, Moda Nova.
Boa Nova.
"Cura Artística EVP".
Arte Transumana.
Tem gente que precisa de uma força para sobreviver. Todo mundo, aliás.
João recebeu o diagnóstico de câncer.
Abalado, principalmente com a mudança de rotina, não conseguia continuar praticando seu hobby preferido: Arte.
Gostava de postar no YouTube e no Facebook as suas criações e pesquisas. O ruído do lápis interfere na psicografia...



João, triste, resolveu procurar, no Google, terapia alternativa e encontrou a "Cura EVP"- Eletronic Voice Phenomena".
Encomendou o kit pela Mercado Livre e esperou, ansioso, a entrega pela Correios.
O interfone tocou, depois de dois dias, comunicando a chegada do pedido. Abriu o embrulho, agora um tanto chateado, por acreditar naquilo. Mas, como já havia pago...
O manual de instruções era claro e simples. Bastaria deitar-se, em quarto escuro, na "postura do morto", utilizada no yoga, respirando tranquila e profundamente. No silêncio, era, assim, colocar o pendrive no aparelho xingue-lingue e relaxar de olhos fechados, mentalizando e visualizando a cura desejada.
O som era muito similar às vozes que aparecem entre estações de rádio mal sintonizadas ou fora de estação, contudo fora editado com efeitos e segmentos repetitivos, dando a impressão de ser música.
Visualizou o doutor Bezerra de Menezes e a sua equipe, conforme imagem chinfrim enviada junto com o kit.




Após três sessões, em três dias consecutivos, sentiu-se mais disposto, rejuvenescido, a ponto de mudar hábitos alimentares, praticar atividade física e parar de ingerir álcool etílico, bem como abandonar o tabagismo.
Em nova consulta com o seu médico, pedidos novos exames, os resultados foram negativos.
Repetidos os exames, parecia, realmente, curado.
Seria tudo um erro?

(Saladino, psicografia de Maurício Menossi Flores)

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