Dez Contos Psicografados Por Maurício Menossi Flores. Em Processo, Sem Revisão.


 O Médium Boêmio

 

Joaquim Barbosa andava de bar em bar. De cidade em cidade. Era caixeiro-viajante e comercializava cachaça da boa. Gostando de consumir o produto, não sendo escravo do vício. Seu prazer era, no entardecer, ao invés de regar a plantação de alho, como fazia Chico Xavier, ir tomar três ou quatro doses, bem demoradas, antes de dormir. Isso garantia uma prosa camarada e o relaxamento necessário para o sono reparador.

Afeito ao Espiritismo, mesmo não frequentando, lia com gozo os livros comprados na banquinha da praça da sua cidade. Pelo menos, um por mês...

Foi quando, de repente, entre um trago e outro, viu-se dando conselhos espirituais. Vá lá, não é de bom alvitre dar “consulta” chapado. Nenhum espírita de verdade faria isso. Porém, meio de brincadeira, respaldava-se na Revista Espírita, de Kardec. Nessa leu terem recepcionado o criador da Doutrina, em certa cidade francesa, com vinho. E vai dizer que não rolaram umas mensagens depois da comemoração? O Espiritismo não é moralista. O certo, para ele, o Espiritismo, está na elevação espiritual atrelada à conduta reta, valorizando a Caridade.     

Viu-se no enrosco de prescrever receitas para as enfermidades. Tudo bem, eram generalidades inofensivas. Tomar chás caseiros, respirar com consciência, comer de tudo, com moderação e regramento de horários e não exagerar nas drogas lícitas e ilícitas. Seria preferível evitá-las.

Aconteceu, então, nesses dias, uma mulher ter-lhe procurado, reclamando de câncer, já em estado avançado.  Joaquim Barbosa, entre um trago e outro, impôs as mãos na cabeça da mulher (lugar onde se localizava o tumor) e conduziu exercício de respiração, aprendido na prática do yoga, quando jovem. A mulher recuperou-se, sabe-se lá o porquê. Talvez pelo excelente tratamento médico que recebia em um dos melhores hospitais do país.

Tudo estaria bem se não fosse o seguinte...

O caixeiro-viajante havia prometido para a namorada dele um apartamento. A mulher o aturava fazia anos. Gostava do comerciante, apesar de, vez ou outra, aparecer mais bêbado que de costume e roncar demais quando dormia. Sendo assim, ele sentia-se na obrigação de, pelo menos, garantir um pouco mais de conforto para ela, pois esfolava-se como professora para pagar aluguel.

A senhora curada, muito agradecida, ofereceu o tal apartamento almejado para o vendedor. Era muito rica e isso, não seria nada demais, diante da suposta cura patrocinada pela mediunidade de Joaquim.

Ele sabia ser errado aceitar a doação. O certo seria recomendar uma instituição de caridade séria para receber a oferta. Chegou a pesquisar algumas e conversar sobre isso com a senhora satisfeita com a nova vida a partir da cura.

Foi aí que teve aquele sonho...

Sonhou que a sua casa estava conectada a uma outra residência que tinha em cidade onde é mais comum vender o seu produto. Na vida real, vivia revezando entre uma e outra, além do apartamento alugado da namorada. Qual o significado disso? Teria algo a ver com a doação ofertada?

Depois de muito refletir, concluiu ter entendido o enigma. Na verdade, o seu cérebro estava tentando conectar ele com ele mesmo, mostrando, em simbologia, a mente dele estar dividida. Acreditou tanto na sua “brisa de médium curador”, a ponto de esquecer de ter avisado à senhora, supostamente beneficiada com a cura do câncer, ser tudo aquilo uma simulação, um teatro. Assim, não precisaria recusar a oferta!

Quando no bar bebia, na noite seguinte ao sonho intrigante, depois do expediente, como sempre, apareceu a tal senhora perguntando se ficaria com o apartamento. Ele contou-lhe o sonho, a fim de explicar a decisão tomada.  Não sendo médium de verdade e apenas sendo simpatizante do Espiritismo, poderia, sim, aceitar a oferta, já que isso não lesaria ou enganaria ninguém. A mulher ficou bastante satisfeita com a resposta. Sentiu-se mais agradecida ainda. Acreditou porque quis, nunca fora induzida a nada.  

O médium resolveu restringir-se às leituras espíritas. Continuou tomando umas e outras, sem tocar em assunto de Espiritismo e de cura com mais ninguém. Sua namorada agradeceu demais o sonho realizado.

Em processo, sem revisão.

 

(Nina Ferraz, psicografia de Maurício Menossi Flores)


Reencarnação

 

(em processo, sem revisão)

 

Esta história teve várias versões abortadas, até encontrar a peça que se encaixava. Era para ser mais longa. Fiquei com a singeleza ideal.

Começarei por Longinus. Acompanhei o triste cortejo do calvário de Cristo. De quebrar-Lhe os joelhos, fui incumbido, preferindo, comovido, aprofundar a ponta da minha lança no ventre do Cordeiro. O jorro do ferimento curou minha quase cegueira.  

Fugi para a Turquia. Sendo preso, torturado, com dentes e língua arrancados, desencarnei.

Maurício de Tebas renasci. Sacrifiquei-me com seis mil seiscentos e sessenta e seis companheiros, para não negar Jesus.

O próprio Mestre e Ismael, filho de Abraão e Agar, propiciaram-me a benção de ser D. Pedro. D. Pedro II, Imperador do Brasil. Traído fui pelos que se passavam por bons amigos.

Fechando esse ciclo, novamente, sou Maurício, qualquer um.  

Pensei realizar um vídeo de 22 minutos. Contudo, basta uma galeria de fotos.

 

(Nina Ferraz e Akbar Hansen. Psicografia de Maurício Menossi Flores) 


 Falange dos Mendigos

(em processo, sem revisão)

 

“No sexo, a rua ensinou-me a ser contido. Esse é o meu pau, não uso cueca. Papai...”.

Vende objetos catados, descartados. Brinquedos, cadernos, utensílios, tudo. Difícil falar nisso. Rodeiam-me por vício. Pedindo bis, no comunicado através das Artes. Vieram antes, como guedês. Agora, são só espíritos iluminados por velas modestas.

Cachaça. Um pouco de tabaco. Cães acompanham alguns mais carinhosos e cuidadores. Às vezes, são as mães que pedem à Nossa Senhora Aparecida a escolta.

Qual o problema com a Estética? Estamos habituados? Miscigenação? Sincretismo? Pura Ciência do Espírito? Tecnologia em desenvolvimento? Espiritismo prático?

Mendigos limpos e discretos. Estão de boa e realizam o sonho da humildade pequeno burguesa. Modestos. Risonhos e contidos, no peito aberto e nos braços serenos. Sem precisarem mais estenderem as mãos e os lábios suplicantes.

Em prece, aplicam passes eletromagnéticos.

Um deles tem nome grande: Trancoso do Espírito Santo Neto.

Oras, oras... Parente do Anjo Gabriel?

Excelente!

Manter seus nomes, mesmo em texto sem propósito, é Caridade.

Trancoso é fresco, liso, barrigudo, bigodudo, cara inchada, olhos redondos.

Tiro carta do Tarô Mitológico: “O Eremita”.

Inspira-me a ser andarilho, dando conselhos, mostrando zines.

Serei capaz de fazer amigos?

Tenho vergonha do meu comportamento excêntrico.

Penso, em breve, deixar esse lugar.

Cigano, terei de fixar-me um dia. No cemitério, ao menos.

Sou pouco crédulo diante da realidade. Muitos tentaram sensibilizar-me com a crueza da Vida, a qual deveria chamar-se Morte. Morremos desde a saída do ventre. Em embrião, ainda. Perecemos no óvulo, no espermatozoide, na molécula, no átomo divisível ao infinito. O Universo envelhece e morre e nós somos Deus.

Ensinamentos do Mendigo Trancoso, imagino. Tão profundos e melancólicos!

As velas faltaram. As sombras com elas. Ausentes, esconderam-se de si mesmas.

Volto a orar pelas águas muitas serem calmas e minha amada não perecer com o seu carro, depois do trabalho. Tenho uns trocos para uns tragos...

 

(Nina Ferraz e Deuz, O Gato. Psicografia de Maurício Menossi Flores)


Perispírito
(em processo, sem revisão)

Mário Chebuza, em transe.
Entra o raio de luz e eu o persigo como falcão, mas quero mesmo é ser urubu.
Sou de origem italiana. Contudo o nome soa de algum lugar africano.
Meus óculos não escondem como sou zoião.
Ágil é o meu mijo.
Desculpem a indiscrição.
Aqueles espíritos do tempo da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas tinham outro conceito de superioridade.
Sou superior ao meu próprio Eu?
Tolice!
Somos deuses.
Deuses malucos, sedentos de conflitos neste arrasto de nadas, o Universo.
Para eu baixar em “terreiro” é igual o Monteiro Lobato, sem cafonices.
Não aperto a pena, deixo flutuar levemente sobre o branco papel.
Navegando.
Meu maior atributo divino foi dado a mim, pelos esforços empreendidos na poesia.
Poesia é Poder!
Minha igreja é essa.
Solto o ar dos pulmões (prazer).
Gozo eterno nos rostos atônitos.
Cada vez mais entendo a minha própria letra. Certifico-me das margens para não esbarrar no meu fim.
Apresentação necessária e desculpa por encher o saco.
Pergunto se a impressora pode psicografar sozinha.
Ela diz depender do períspirito.
Impressoras têm períspirito?
Começo desenxabidamente uma polêmica.
Meu prazer é partir de qualquer coisa e chegar na resposta desejada, sem sofismar.
- A técnica usada pelo “Padre” no debate político, irritando o Lula, é apreciável.
Dois dados:
- Impressoras têm perispírito e existe uma técnica para irritar pessoas.
Caminhemos bem apoiados nos corrimões.
- Pode pensar estar subindo ao invés de descendo?
O médium deve controlar apenas a legibilidade da letra.
Eis a tese: períspirito existe.
Eis a hipótese: impressoras têm períspirito.
Foquemos na carniça...
“Ele vive da carniça da poesia. ”
Assim resolvo a questão:

“Impressões automáticas no papel,
Vindas dos comandos da eletricidade,
Que sou Eu, energia concentrada.
Perispírito,
Duplo platônico,
O próprio Deus. ”

- Deus tem períspirito sendo o próprio, Chebuza?
- Pena o médium estar cansado de ver no escuro, Nina!
Ele bate as asas e voa...

(Nina Ferraz e Mário Chebuza, psicografia de Maurício Menossi Flores)




Psicografia

(em processo, sem revisão)

 

Quando quis ser diferente, enlouqueci.

Letra cursiva. Falávamos “letra de mão”.

Criar cidades é criar recursos para que mais gente nasça.

Não é à toa dizerem o Anjo da Morte ter se escondido por aqui.

A Câmara Municipal é lugar de esquecer a boa educação e jogar confete.

“Venha tirar uma fotografia com a prefeita interina! ”

Eles de nada sabem.

Ler pensamentos é técnica carente de muita humildade do leitor. Letra cursiva, enfim...

Vai por caminhos quase contínuos e ter calos nos dedos médio é sinal de apertar demais o lápis ou a caneta.

Como encontraria calo ali se escrevo com a esquerda? Esqueci na hora...

Lembrei.

Escrevo de pé para ser diferente do Chico.

Penso nele ao meu lado, de terno e peruca. Para que ressaltar?

Está psicografando Emmanuel.

Alguns afirmam os papéis terem se invertido e, nessa, é Emmanuel quem decifra os gestos da mão movida por outrem.

Andar pela calçada.

Trombar o vereador, descendo de automóvel e vir em sua direção, ao vê-lo.

- Veio para a plenária?

Homenagem.

Sou o Urubu Guerreiro.

Vim rodear a comida, almoço do dia.

Que preguiça!

Fazer graça do aspecto do povo.

Não me convenço dos meus pensamentos e resolvo sair.

No celular, mensagem do aluno particular.

Consulta de rotina a ser apagada logo em seguida.

Estimulo a criatividade.

Ética.

Há o lado errado e que é assim por deficiência do cálculo. Não pode, mas são exemplos do correto.

O presente é mais coerente. O bandido é o outro sendo nós.

Perde-se na coletividade do rosto ameaçador.

Passam por mim e dissimulam ao perceberem-se descobertos.

Tento me convencer da minha intrepidez.

Eles desviam o olhar.

Muitos procuram vítimas.

Eu procuro moribundos ou carcaças.

Pássaro canta dobrado. Parece feliz.

Um dia, talvez, eu me convença da beleza da vida.

Até depois de morto.

O assunto desta carta é esclarecer.

Narrar não é igual a criar do nada.

Alienígena.

Seria eu um alienígena?

Crenças nos movem.

Cerro as pálpebras, aproveito os pensamentos e vejo o minúsculo ponto azul: início de tudo, espírito e matéria em equilíbrio.

Estou enxergando de olhos fechados!

É possível!

Milagre!

(Nina Ferraz, psicografia de Maurício Menossi Flores)


A Morte.
(em processo, sem revisão)


Estava se tornando um ser pacífico?
Isso o levou a tratar daquela maneira velhos amigos?
Vejo-me me vendo. Demência. O cúmulo da estupidez.
Fosse isso, tornar-se pacifista ao extremo teria ferido algum princípio meu?
Teria sido a falta de sensibilidade para com grave questão de vida?
- E você?
Acordei com a voz da consciência chamando-me.
Viver em um mundo no qual tudo se volta contra mim, devido à loucura.
Muitos loucos expressaram-se em livros e até inspiraram outros tantos.
Primo por saber arrumar encrenca.
Só não digo perder amigos porque há anos não faço um e os antigos eu os afastei de mim. Estou completamente só!
Caretas no YouTube para anônimos fanáticos e viciados.
Pararei. Vou praticar suicídio digital.
É possível.
Para um zé ninguém, talvez.
Horas e horas diante da tela. Milhões!
Energia, tão cara!
Preciso olhar o celular, a fim de acompanhar um aluno no WhatsApp.
Chego a querer justificar o meu mau ato apoiando-me no orgulho de ser professor particular.
Mas minha vileza não pode ser tamanha.
Chove.
Preocupo-me com a minha amada.
Cruzam-se pensamentos.
Estou sempre pensando só em mim.
Isso me deixa preocupado em ser psicopata.
Tenho essa dúvida.
Adotava o comportamento de fixar-me no Bem.
Não adiantou.
Cometi o sacrilégio de querer ser melhor que os demais.
Poderia ter-me afastado em momento de tortura, pelas pesquisas divulgadas hoje de manhã.
Deixaram-me revoltado.
Quis descontar, um erro primário.
Que adiantava treinar luta de faca na academia se, no real, ia para cima do oponente, sendo isso o pior possível a fazer?
Agora é tarde...
Por outro lado, poderia estar chateado pela falta de perspectivas para nós.
Essa nossa relação com a Arte, sonhando com mundo de abundância e conforto, fazendo o que gostamos, em estado de transe, impulsionados pela vaidade exacerbada.
Juro querer ser útil, tão útil como aula de Matemática.
Não incomodarei mais, caso resolvido.
Decidi ler Emmanuel.
Sensação de estar sendo oportunista. Achando graça no meu cinismo.
Esses sentimentos são constantes desde de criança.
Mudei a escala da voz ao saber de companhia. Junto ao interlocutor, do outro lado, no outro celular.
Anteriormente, lembrei-me, disse os estúpidos como eu só terem chance de sobreviverem caso se unam. Contudo, nunca saberão para quê.
Gostaria fosse eterno o vazio, sem nada contar.
Medindo letras, criando palavras e expressões das mesmices do dia-a-dia. Não julgar. Não ser maledicente.
Procurei fazer o mais adequado.
Enfim, fiz.
Na falta do que fazer, fiz estupidez.
Criei o lema:
“Beijo o meu próprio cu e quero aplausos. ”
Baal, Emmanuel?
Baal, Boal...
Paulo Freire.
Deram as explicações deles, de pacifistas.
Eu sou bala perdida.
Sou o medo, sou a Morte em vida.


(Nina Ferraz, psicografia de Maurício Menossi Flores)


 

 

A Missão.

(em processo, sem revisão)

Não quero ser explorado por espíritos.

Entendo o Chico, entendo Kardec e Espiritismo é coisa séria.

Falar de cura é especialidade dos espíritas.

Os espíritas têm, como princípio, a Caridade. E a Caridade cobre um milhão de pecados, segundo o Mestre Jesus.

Ser meu próprio mestre começou como arrogância, confesso, mas transformou-se em compreensão. Fiz a lista:

- Aluguel do apartamento;

- Carro;

- Alimento;

- Bebidas;

- Roupas;

- Passeios;

- Livros;

- Compras em geral, incluindo computador, máquina de lavar, smartTV, celular, notebook, etc.;

- Papel higiênico e produtos de limpeza e de beleza;

- Contas de serviços: água, luz, IPTU, internet, telefone.

Erzuliê era a Vênus Vudu, afinal.

Cadaxa diz.

Não preciso falar muito, ouço o meu próprio vídeo, de dentro da minha cabeça.

Escreve-se para que outros o façam.

Minha missão é instruir e mostrar ser o ego volátil.

Como o éter, desfaz-se em qualquer desculpa para desistir da missão escolhida, a chuva por exemplo, será sempre uma.

Abandonei vida antiga e razoavelmente curtida. Não sei o porquê, a não ser cuidar de Erzuliê e discutir a natureza da Arte.

De quebra, declaro o meu amor ao Espiritismo, na esperança de animar os espíritas a estudarem, lerem bastante, inclusive livros de Kardec e do Chico.

Então, recolho livros deles e vendo, divulgo, leio.

Sacrilégio!

Pedi a São Capitão Maurício e Companheiros proteção.

Intui serem meus guias.

Intuir é Arte, segundo Croce, em Breviário de Estética.

Não levo nada a sério, porque estou acomodado no personagem de aposentado.

Cai fora!

Morra, senhor caquético e louco.

Seja o Grande Provedor de Si e da Sua Deusa.

Claro, sou um Cristo debatendo com Satanás, no deserto e no alto da torre, vendo a cidade, abaixo.    

Atrito entre nadas gerando eternidade e infinito.

O Carnaval passou e o Brasil continua o mesmo, péssimo.

Quero, ao menos, isolar-me em prece.

Maledicências vêm-me à cabeça e quero conceder-me uma apenas.

Fazer um pacto.

Uma troca com os espíritos protetores, guias.

Não queiro deixar o status de feiticeiro, bruxo, mago e guerreiro.

Um gênio do Bem e do Mal.

Minha parte em dinheiro, por favor.

Sinto os anjos protetores rindo incrédulos.

Dizem não ser eu puro. Ser isso comportamento de psicopata.

Fico irritado. É óbvio não concordarem eu querer ganhar dinheiro com Espiritismo.

Argumento ser velho e Erzuliê idem.

Não promoveríamos vadiagem e prazeres fúteis, embora fosse essa uma opção de praticar Caridade.

Qual é o mal em vender livros e fazer arte divulgando o Bem e combatendo o Mal?

Argumentam eu estar forçando a barra no sentido de eles posicionarem-se diante de hipóteses vagas, como a distinção entre certo e errado.

Mando plantarem batatas e declaro não precisar de anjos. Faria o negócio sozinho. Espíritos superiores devem ter maior capacidade de discernirem, pensei.

Um dia, entenderei estar com a razão.

Meus guias, de verdade, aproximaram-se, agora.

Aqueles eram fascinadores!

Apanho a caneta e o caderno comprados de segunda-mão.

Escrevo este.

(Nina Ferraz, psicografia de Maurício Menossi Flores)



Novo Mundo
Depois de ouvir a palestra “A Vida Extraterrestre Segundo Kardec e Chico”, de Geraldo Lemos Neto, pela smartTV, cansado da Terra, resolveu isolar-se, o máximo possível, e aprofundar-se no Espiritismo, a fim de obter conhecimentos necessários para colonizar um mundo só para ele.
Construiria nova civilização, de acordo com o nível que chegasse espiritualmente, durante milênios de estudos. Lendo aqueles mestres de cabo a rabo, ficou parecendo com expositor de alto nível, capaz de citar obra e página da fala de determinado personagem.
Sentindo-se preparado, comemoraria tomando umas cervejas.
Merecia.
O grau de pureza de pensamento chegado obrigava-o àquilo.
Visitar os parentes de outros orbes.
Pena estar reduzido a zero financeiramente...
Ficou na intenção.
Era tarde gelada de primavera ensolarada.
Provavelmente, o planeta onde pela primeira vez reencarnou, já nem existia mais!
Que pensamento esse!
Natural para quem, apto a criar nova existência, em qualquer lugar da vastidão do Universo, seguindo o Princípio Vital de tudo organizar, a caminho da luz.
Ouviu batidas de conserto doméstico. Parou para tentar identificar pelo menos o andar de onde vinha o ruído. Parecia vir do terceiro.
Estaria Deus tentando se comunicar com ele, faltando detalhes da nova obra a serem tratados?
Haveria arranha-céus no novo planeta a ser habitado?
Cansara da Terra de fato...
Muita sujeira, muito barulho e muita falta de educação.
Lutou por anos, de conseg em conseg. Mandou e-mails para repartições públicas. Marcou reuniões com autoridades. Chamou a polícia. Partia para cima de gente sinistra. Recebia ameaças. Gente de Capela.
Não querendo mais perder tempo por estar idoso quase, resolvera, então, pela nova humanidade.
Agora, sem dinheiro para uma simples cerveja, estaria tão convicto de querer servir ao Bem Maior, o Bem de Todos?
Quíron era uma realidade, afinal. A Terra regenerar-se-ia.
E Jesus é o Governador! Da nossa esfera e de outras tantas, inclusive, Quíron.
Poderia, ao contrário, ir como missionário a Quíron, onde vivia-se em cavernas.
Que droga!
Quando pensava ter certeza de algo, a dúvida cruel, novamente.
Buscou alguns livros em casa, vendeu no sebo e tomou umas cachaças da boa.
Meio chapado, só não chorou de arrependimento porque os livros vendidos eram repetidos.
Alívio...
(Nina Ferraz, psicografia de Maurício Menossi Flores)
(em processo, sem revisão)


O Espírito

(Em processo, sem revisão.)

 

O espírito viu-se ameaçado em seu sistema, ao perceber outro com capacidades de armazenamento e de processamento superiores às suas próprias.

 

Aqueles fenômenos polêmicos (atravessar paredes, materializar-se e desmaterializar-se, mover objetos, tocar instrumentos, apresentar-se em vários lugares ao mesmo tempo, transportar-se instantaneamente) viraram diversões baratas, dentro dos equipamentos eletrônicos. Faziam-se com enfastio.

 

Parecia algo fora do espaço e do tempo. Luís avisara o amigo dos riscos que ele corria tomando Viagra. Dizia ser exigência do parceiro sexual.

 

Inventar namorados e namoradas, para não ficar por baixo ou para trás, como qualquer mentira, gera descrédito e desprezo.

 

Não havia mais o prazer de convidar a pessoa querida para um passeio ao teatro e ao cinema. As relações mudaram muito. Culpam o distanciamento imposto, mas falo de antes disso. Muito pior. Falo da favela e a Nova Idade Média.

 

No bairro, também já se impunha a lei do cão, onde quem bate mais chora menos e não por muito tempo.

 

Acordar com ideias empreendedoras ficou para outra esfera. Quem dera! Risonho, gordo, nordestino, bipolar. Até aí, poderia ser primor de gente. Saber usar certos atributos inofensivos como arma de vantagens próprias é dom de alguns.

 

Minha ambição sempre foi do tamanho da minha marmita. Cresci acostumado com mimos baratos, presentes de segunda mão. Não tive orientação intelectual e criava antipatias, pela gula e pela malícia do prazer em caluniar, com a justificativa de serem minhas amigas tais pessoas caluniadas e não teria problemas em dizer tudo na cara delas, correndo o risco de perder a amizade que nunca tive.

 

Inventava histórias moralistas sem seguir os seus desfechos morais. Gente graúda foi vítima da minha imprudência. Conversa de bar.

 

Ter certos poderes básicos possíveis, dentro do universo quântico não iria ajuda-lo. Eu ele, assim fundidos, não serei ou seria solução. Queria deixar de ser para tornar-se o Desconhecido.

 

(Nina Ferraz, psicografia de Maurício Menossi Flores)


Desobsessão

(em processo, sem revisão)

Estudando Divaldo Pereira Franco entendi a importância de trocar ideias com Espíritos.
Eles reconhecem seus assassinos reencarnados, aparecem em sonho, como monstros, e transformam o antigo algoz em vítima, deixando-o bipolar, em crise maníaco-depressiva.
Sem remédio, o dito cujo suicida-se, é quase certo.
Acrescentarei ponto meu, parágrafo, período, no mínimo.
E se, ao invés de serem médium e doutrinador duas pessoas distintas, tivéssemos um só?
Ora, vários, ao mesmo tempo, doutrino há décadas!
Compartilhamos trabalhos, crescemos juntos.
Aqui estou psicografando obsessores confessos.
Querem melhorar.
Darem a volta por cima, igual à moça loira.
E os psicopatas obsessores?
Espíritos são capazes de aprenderem a amar.

(Nina Ferraz e Geraldine Torquelaz. Psicografia de Maurício Menossi Flores)







 




 


 




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