"A Missão": Conto de Nina Ferraz, Psicografado por Maurício Menossi Flores.

 


A Missão.

(em processo, sem revisão)

Não quero ser explorado por espíritos.

Entendo o Chico, entendo Kardec e Espiritismo é coisa séria.

Falar de cura é especialidade dos espíritas.

Os espíritas têm, como princípio, a Caridade. E a Caridade cobre um milhão de pecados, segundo o Mestre Jesus.

Ser meu próprio mestre começou como arrogância, confesso, mas transformou-se em compreensão. Fiz a lista:

- Aluguel do apartamento;

- Carro;

- Alimento;

- Bebidas;

- Roupas;

- Passeios;

- Livros;

- Compras em geral, incluindo computador, máquina de lavar, smartTV, celular, notebook, etc.;

- Papel higiênico e produtos de limpeza e de beleza;

- Contas de serviços: água, luz, IPTU, internet, telefone.

Erzuliê era a Vênus Vudu, afinal.

Cadaxa diz.

Não preciso falar muito, ouço o meu próprio vídeo, de dentro da minha cabeça.

Escreve-se para que outros o façam.

Minha missão é instruir e mostrar ser o ego volátil.

Como o éter, desfaz-se em qualquer desculpa para desistir da missão escolhida, a chuva por exemplo, será sempre uma.

Abandonei vida antiga e razoavelmente curtida. Não sei o porquê, a não ser cuidar de Erzuliê e discutir a natureza da Arte.

De quebra, declaro o meu amor ao Espiritismo, na esperança de animar os espíritas a estudarem, lerem bastante, inclusive livros de Kardec e do Chico.

Então, recolho livros deles e vendo, divulgo, leio.

Sacrilégio!

Pedi a São Capitão Maurício e Companheiros proteção.

Intui serem meus guias.

Intuir é Arte, segundo Croce, em Breviário de Estética.

Não levo nada a sério, porque estou acomodado no personagem de aposentado.

Cai fora!

Morra, senhor caquético e louco.

Seja o Grande Provedor de Si e da Sua Deusa.

Claro, sou um Cristo debatendo com Satanás, no deserto e no alto da torre, vendo a cidade, abaixo.    

Atrito entre nadas gerando eternidade e infinito.

O Carnaval passou e o Brasil continua o mesmo, péssimo.

Quero, ao menos, isolar-me em prece.

Maledicências vêm-me à cabeça e quero conceder-me uma apenas.

Fazer um pacto.

Uma troca com os espíritos protetores, guias.

Não queiro deixar o status de feiticeiro, bruxo, mago e guerreiro.

Um gênio do Bem e do Mal.

Minha parte em dinheiro, por favor.

Sinto os anjos protetores rindo incrédulos.

Dizem não ser eu puro. Ser isso comportamento de psicopata.

Fico irritado. É óbvio não concordarem eu querer ganhar dinheiro com Espiritismo.

Argumento ser velho e Erzuliê idem.

Não promoveríamos vadiagem e prazeres fúteis, embora fosse essa uma opção de praticar Caridade.

Qual é o mal em vender livros e fazer arte divulgando o Bem e combatendo o Mal?

Argumentam eu estar forçando a barra no sentido de eles posicionarem-se diante de hipóteses vagas, como a distinção entre certo e errado.

Mando plantarem batatas e declaro não precisar de anjos. Faria o negócio sozinho. Espíritos superiores devem ter maior capacidade de discernirem, pensei.

Um dia, entenderei estar com a razão.

Meus guias, de verdade, aproximaram-se, agora.

Aqueles eram fascinadores!

Apanho a caneta e o caderno comprados de segunda-mão.

Escrevo este.

(Nina Ferraz, psicografia de Maurício Menossi Flores)


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